A Cíntia Negrini, a nossa Orientadora Educacional do Fundamental II e Ensino Médio, semanalmente conversa com os alunos das turmas do 6º e 7º ano. Ela mantém com eles um diálogo constante para ajudá-los a observar, refletir e concluir de modo mais amplo e crítico assuntos da nossa realidade.
Essas aulas, além de oferecer conhecimentos, têm o objetivo de promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como o autoconhecimento e a autovalorização, bem como o conhecimento e a valorização do outro.
Desta vez, houve uma aula especial: uma profissional gabaritada foi convidada para conversar com as turmas sobre Racismo no Brasil.
13 de MAIO, DIA NACIONAL DE DENÚNCIA CONTRA O RACISMO
Foi esse o tema do bate-papo com a Cláudia Cezar da Silva, mestra em Educação, professora, coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura da Universidade Metodista e especialista em cultura afro-brasileira.
Começou esclarecendo que os brasileiros são negros em sua maioria (cerca de 56% da população). Mesmo assim, o racismo no nosso país é forte, é estrutural, pois decorre da escravidão que não foi corretamente resolvida. Então, ela abordou a questão da “falsa abolição”, que nos ilude e não nos deixa verificar a situação de discriminação que os descendentes dos escravos sofrem até hoje.
Comentou que, infelizmente, a população negra brasileira lidera trágicas estatísticas: de desemprego, pobreza, baixos salários, agressões e extermínios.
Na conversa, a Cláudia recordou momentos históricos para que os alunos pudessem compreender o porquê da discriminação e desigualdade social. E pediu que eles citassem fatos do presente que demonstram claramente esse racismo.
Colocou, também, algumas frases na lousa para reflexão: “Diferenças são naturais. Desigualdade não!”.
COMO PERDER O PRECONCEITO
A Cláudia mencionou que saber da existência do racismo e reconhecê-lo já é um passo para eliminá-lo. Depois, é preciso compreender que, da mesma forma que ele é ensinado e aprendido, é possível ensinar e aprender a respeitar a todas as pessoas com suas diferenças individuais.
“Somos todos diferentes, mas iguais nos direitos e deveres. Quem acredita no respeito às diferenças não é racista”, enfatizou ela.
ATITUDES ANTIRRACISTAS
A professora Cláudia ainda disse que não basta não ser racista. Ela acredita que, para formarmos um mundo melhor e mais justo, é preciso ser “antirracista”. Então, os alunos a ajudaram a exemplificar atitudes antirracistas que devemos ter no nosso cotidiano, como: “não minimizar o racismo”, “por ser um crime, denunciar quando testemunhar a sua ocorrência” (discando 100, o canal voltado para violações de direitos humanos) e “repensar hábitos racistas enraizados” (falas e piadas preconceituosas: Negro de alma branca / Ela é negra, mas é bonita).
MOMENTO DE MÚSICA
O encontro foi bem interativo. Os alunos puderam se manifestar e fazer perguntas. Para encerrar, a Cláudia criou mais um momento de interação, com uma apresentação musical. Ela tocou violão e cantou uma música de origem africana com mensagem de amor e união. E, como havia trazido outros instrumentos musicais — tambor e vários tipos de chocalhos —, distribuiu para alguns alunos ajudarem no ritmo. Os demais usaram palmas. Sendo assim, todos seguiram a música com alegria.