O primeiro livro do Projeto Literário do Integral para os alunos do Fundamental Anos Finais foi “Cor de Pele”, de Elisabete da Cruz.
A história começa com a professora Carol pedindo aos seus alunos para desenharem a família. Foi quando a personagem principal, a Zaila, pediu emprestado aos colegas um lápis “cor de pele” e percebeu que ele não era adequado para caracterizar a sua pele, nem a dos membros da sua família.
A Zaila pensou: “Será que toda a gente tem a mesma cor?”. Então, a partir daquele dia, ela passou a observar melhor as pessoas e descobriu o que nunca havia notado: cada pessoa possui um tom de pele diferente.
Ficou, assim, esclarecido o título do livro “Cor de Pele”, que tem duplo significado: refere-se à cor do lápis que a personagem Zaila pediu emprestado e às diferenças da cor de pele das pessoas.
Leitura da obra
O primeiro passo para os trabalhos sobre o livro é a leitura. As professoras disponibilizam momentos para os alunos lerem, podendo ser de maneira individual, em duplas ou em grupos maiores.
“O importante é que eles se interessem pela história e discutam as mensagens.”, esclarece a Silvana, uma das professoras do Integral.
Mas todas as professoras também leem o livro para as suas turmas e orientam o debate visando a uma boa interpretação da obra literária.
Autorretrato e retrato da família
Seguindo o enredo da história, os nossos alunos fizeram seu autorretrato. Começaram com a dinâmica do espelho para se autoanalisarem. E cada um precisou misturar tintas para achar o seu tom de pele.
Também criaram o retrato da família com desenhos, pinturas e colagens.
Depois, observando as produções e conversando, eles concluíram, de modo semelhante à história lida, que as famílias são todas “muito coloridas”.
Piquenique da valorização das famílias brasileiras
Da constatação da diversidade, chegou-se à valorização das famílias brasileiras que, com certeza, se originam de regiões diferentes e até de outros países. E, como todas têm costumes herdados de gerações anteriores e possuem algumas receitinhas típicas, as professoras fizeram questão de homenagear cada família compartilhando os seus segredos culinários.
Solicitaram, então, que enviassem um prato doce ou salgado para um lanche bem gostoso, que recebeu o nome de “Piquenique das Memórias Afetivas”.
No dia combinado, no gramado da escola, as professoras arrumaram as comidinhas especiais e, no chão, colocaram cartolinas, lápis e canetinhas para uma arte coletiva sobre o livro.
Enquanto comiam, os alunos foram desenhando, livremente, representações dos personagens, dos ambientes, dos momentos da história de que mais gostaram. Alguns, em seus desenhos, colocaram crianças de diferentes tons de pele brincando unidas.
Conclusões antirracistas
Todas as atividades desenvolvidas a partir da leitura do livro levaram à constatação de que a mistura de raças, etnias e cores constitui um pilar importante da identidade brasileira. E que, sendo assim, todos precisam se aceitar e se respeitar, bem como aceitar e respeitar o outro, independentemente da cor da pele.
“O livro apresentou aos alunos valores que combinam com as propostas da nossa escola, que é incentivar a boa convivência entre eles, sempre respeitosa e amorosa.”, mencionou a Thaís, também professora do Integral.