O SOE (Serviço de Orientação Educacional) é um departamento muito importante do Colégio Piaget, pois orienta os alunos e familiares não apenas nas dificuldades de estudo que possam surgir, mas principalmente nas questões socioemocionais e de relacionamento na escola e fora dela.
O lema do SOE é “União com o outro e valorização da vida!”. Para tanto, organiza frequentemente palestras, encontros, propostas de reflexão com as turmas. Desde o início do departamento, as orientadoras do SOE têm a certeza de que esclarecer, informar, conversar e ouvir os alunos é o caminho para ajudá-los a se autoconhecerem, a se autovalorizarem e, assim, poderem desenvolver atitudes de respeito aos demais e convivências harmoniosas.
Agora, a Orientadora Educacional do Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio, Cíntia Negrini, criou um novo projeto — DIÁLOGOS —, que oferecerá momentos de debates sobre assuntos relevantes da nossa realidade e sobre questões específicas do interesse dos alunos.
O DIÁLOGOS “CONSCIÊNCIA NEGRA” foi o primeiro e ocorreu no dia 17 de novembro, devido à proximidade ao “Dia da Consciência Negra” e pela necessidade urgente de se discutir o “racismo” que ainda persiste em nosso país e no mundo.
PREPARAÇÃO PARA O DIÁLOGOS “CONSCIÊNCIA NEGRA”
A fim de chamar a atenção para o evento e iniciar a reflexão sobre o tema, alunos do Ensino Médio elaboraram cartazes, utilizando a tecnologia digital. Também selecionaram livros da escola ou que possuíam em casa e organizaram uma exposição. A intenção foi, além de apresentar obras que abordam o preconceito e transmitem ideias de união e respeito, chamá-los para a leitura. Os livros, portanto, poderiam ser emprestados.
A ORGANIZAÇÃO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DE “DIÁLOGOS” E OS PARTICIPANTES
Foram várias sessões, com as turmas do Fundamental II e Ensino Médio divididas, para evitar aglomeração de alunos e possibilitar que o assunto fosse discutido de acordo com a maturidade das faixas etárias.
O DIÁLOGOS “CONSCIÊNCIA NEGRA” contou com a participação de uma convidada especial, a professora Caroline Ramos, pesquisadora da história do povo negro no Brasil e ativista da causa negra. Auxiliando nos encontros, estiveram presentes a professora de História do Ensino Médio, a Aline, e o professor de Arte, o Raul, que tocou violão e cantou músicas de denúncia dos problemas vivenciados pelos afrodescendentes.
A convidada, professora Caroline, começou sua fala esclarecendo que, devido à escravidão prolongada que tivemos, o Brasil é o país onde existe o maior número de indivíduos de origem africana fora da África. E discorreu sobre as condições de vida inferiorizadas dos afrodescendentes até hoje e do racismo estrutural que precisa ser dissipado com uma educação que valorize a diversidade étnica e estimule valores e comportamentos de respeito, solidariedade e tolerância.
Citou, ainda, que a “Causa Negra”, à qual ela aconselha a adesão, é uma série de atitudes contra o racismo e a favor de direitos, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo: “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…”.
MUITA EMOÇÃO NOS DEPOIMENTOS
As turmas se interessaram muito pelo tema e interagiram durante os debates, fazendo perguntas e mencionando casos de racismo revelados pela mídia nos últimos tempos.
A professora Caroline deu seu próprio testemunho a respeito do preconceito que sofreu desde menina pela cor negra de sua pele, e como esse sofrimento se transformou num trabalho positivo de conscientização das pessoas negras e brancas sobre os direitos e deveres que possuem.
De igual modo, o professor Raul comentou suas experiências e salientou como o negro e a negra precisam ser fortes para conseguirem ser inseridos de maneira respeitosa em diversos setores da sociedade.
Ouvindo o relato dos professores, vários alunos se emocionaram. Houve momentos de lágrimas e de abraços de solidariedade.
No final, alguns se manifestaram dizendo que não sabiam realmente sobre o racismo e passaram a refletir de modo mais profundo sobre esse tema tão sensível e importante para criarmos um mundo melhor.
O primeiro “DIÁLOGOS” do projeto, dentre muitos que a orientadora Cíntia pretende organizar em 2022, foi um sucesso de aprendizado, conscientização e participação dos alunos!!!