A Semana de Arte Moderna de 1922
Recebendo aplausos e vaias, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, ocorreu a Semana de Arte Moderna. Foi uma exposição para apresentar o Modernismo no Brasil: a “nova arte”, que rompia com os padrões estéticos e temáticos vigentes.
Também conhecida como “Semana de 22”, foi composta de palestras, declamação de poemas, danças, músicas, esculturas, pinturas e projetos arquitetônicos. Nesses poucos dias, o público, mais chocado do que satisfeito, pôde conhecer obras de uma linguagem mais simples e coloquial, com temas de “brasilidade”, valorizando a nossa terra, o nosso povo mestiço, os nossos costumes.
As crianças da Educação Infantil adoraram conhecer algumas telas que fizeram parte da “Semana de Arte Moderna”. Por terem traços simples e serem ricas em cores, as obras de imediato conquistaram o gosto infantil, e as turminhas se sentiram motivadas a participar das atividades.
RELEITURAS COLETIVAS DE QUADROS FAMOSOS
A montagem de painéis coletivos com releituras de obras como A Cuca e Abaporu, de Tarsila do Amaral, foi uma atividade lúdica, criativa, que encantou as crianças. Cada turma fez uma parte específica, cabendo aos maiores detalhes mais elaborados.
VISITANDO OS PAINÉIS JÁ PRONTOS: LIÇÃO DE TRABALHO EM GRUPO
Depois de aprontarem os painéis, foi a hora de observarem o resultado final.
Quanta alegria e encantamento as crianças demonstraram quando viram a obra terminada e puderam, inclusive, tateá-la e perceber, além das cores, as suas diferentes texturas. Mas tudo com muito cuidado para não destruir a criação que, por ser coletiva, iria ser apreciada por outros colegas.
ARTE COM PROPOSTA MAKER
A partir da Proposta Maker (técnica do “faça você mesmo”, com a utilização de diversos materiais, de preferência recicláveis) algumas turmas montaram sua arte em pratinhos de papelão e em embalagens de pizza. Em releituras da obra “O Ovo”, de Tarsila do Amaral, ou criações livres, o que valeu foi a expressão da criatividade e a explosão de cores, características predominantes do Modernismo na pintura.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA
Para as turmas do Nível II, antes da criação relacionada à tela “O Ovo”, as professoras leram o livro infantil “Tarsila do Amaral”, de Ângela Braga e Lígia Rego. As crianças gostaram muito de conhecer a história de uma pessoa tão criativa e com ideias avançadas para o seu tempo. O livro também traz fotos de várias telas. Assim, as crianças conheceram as obras mais importantes da pintora.
ARTE ABSTRATA PARA OS PEQUENOS DO MATERNAL I
As crianças do Maternal I, ao balançarem a caixa cheia de tintas, faziam com que as bolinhas de gude marcassem cores na folha branca. Foi um encantamento para os pequenos ver o surgimento de uma tela multicolor, que lembra o abstracionismo do pintor norte-americano Paul Jackson Pollock, cujas obras, de estilo único, possuem características iniciadas no Modernismo, como a liberdade no uso de formas e cores.
A MÚSICA DE VILLA-LOBOS
O professor Paulo, de Música e Teatro, conversou com as crianças sobre o modernista Heitor-Villa Lobos, que fez inovações importantes como compositor e maestro de música clássica.
Também, com a preocupação de valorizar a cultura brasileira, o grande músico pesquisou cerca de 130 músicas folclóricas de todo o nosso país. Após serem revistas e, às vezes, recriadas, as músicas receberam partituras e formaram uma série de seis cadernos intitulados Guia Prático de Villa-Lobos para as Crianças.
E foram algumas dessas músicas do nosso folclore, registradas por Villa-Lobos, que o professor Paulo apresentou para os alunos cantarem, como: “Alecrim dourado”, “O cravo e a rosa”, “Se essa rua fosse minha”, “Cirandinha” e “Pai Francisco”.