Palestra aborda temas de identidade cultural e resistência
A data 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é dedicada à reflexão sobre o valor e a contribuição da comunidade negra para o desenvolvimento do nosso país e, principalmente, à conscientização de que ainda existe o racismo e que ele é responsável por privar os afrodescentes dos direitos básicos garantidos pela Constituição.
Assim como os negros escravizados tinham ações de resistência à escravidão, hoje os afrodescendentes atuam na resistência ao racismo e nos convidam a ser “antirracistas”, participando da sua luta por justiça e direitos fundamentais.
Atuação antirracista do SOE e do Comitê Antibullyng
A nossa escola, além da formação acadêmica, preocupa-se em contribuir também para o desenvolvimento social e emocional dos alunos. Nessa tarefa, destacam-se o SOE (Serviço de Orientação Educacional) e o Comitê Antibullying do Piaget (composto por alunos voluntários do Fundamental Anos Finais e Ensino Médio) na organização de vivências, debates, palestras e até intervenções, com o objetivo de erradicar da nossa comunidade qualquer tipo de preconceito ou discriminação.
Em razão da data, o nosso SOE convidou o professor e artista Raul Alves dos Santos (que já lecionou História da Arte na nossa escola) para uma conversa com os alunos do Fundamental Anos Finais sobre a rica cultura brasileira relacionada às tradições afro-brasileiras.
Esse encontro se deu no dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra, no Auditório Piaget. A orientadora educacional, Cintia Negrini, e a aluna do 3º Médio e integrante do Comitê Antibullying, Heloísa Caires, falaram um pouco sobre a proposta antirracista do evento e anunciaram o palestrante.
A música como forma de resistência
O professor Raul explicou aos alunos que a dança e a música dos negros escravizados no passado mantinham-nos unidos e resilientes, salvaguardando sua própria cultura e expressando os sonhos de liberdade.
Na conversa, ele enfatizou a música-dança de raiz africana como uma das formas de resistência à discriminação e à opressão utilizadas pelos escravizados negros. E até hoje essa arte manifesta desejos e necessidades dos afrodescendentes que foram e são ignorados.
O palestrante citou a capoeira, a congada, o jongo e o maracatu. E lembrou que o samba, o choro, a bossa nova, o maxixe, o forró, o rap, hip hop e funk também são ritmos que tiveram como base os gêneros musicais africanos.
No final, ele concluiu que, no Brasil, a musicalidade de raiz africana representa os mais belos elementos da cultura de resistência às injustiças sociais.