O Dodô, personagem do material pedagógico do Sistema Piaget com baixa capacidade visual, foi apresentado aos alunos do Maternal II como um novo amiguinho, para se tornar, como os já conhecidos Aline e Leo, um companheiro de inúmeras descobertas.
As professoras esclareceram que os problemas de visão do Dodô não o impedem de viver em comunidade, se relacionar com as pessoas, estudar e dedicar-se ao seu esporte favorito, o judô. E contaram que ele sempre recebe ajuda dos amigos e do Luna, que é o seu cão-guia.
Abril marrom
O personagem Dodô chegou para os alunos no final do mês de abril, ou seja, no ABRIL MARROM.
Em rodas de conversa, as professoras explicaram que essa campanha de saúde, dedicada ao tema das deficiências visuais, tem o objetivo de incentivar as pessoas a procurarem ajuda médica, já que a maioria dos casos de cegueira podem ser evitados com tratamento precoce.
Ao final do bate-papo, as professoras combinaram com os seus pequenos alunos que, em casa, eles falariam à família da necessidade de, com frequência, consultarem um “doutor de olhos”, o oculista.
Atividades sensoriais
Sobre esse tema, as atividades com os alunos se estenderam até o mês de maio. A proposta foi fazê-los compreender as características dos 5 sentidos e a importância ampliada do tato e da audição para os deficientes visuais.
Algumas das atividades ocorreram com a contribuição dos pais que, atendendo ao pedido das professoras, enviaram óculos escuros e vendas para os olhos.
Assim, com visão limitada, os alunos participaram de brincadeiras pedagógicas para perceberem as limitações do novo amiguinho Dodô e o aceitarem com muito respeito e carinho.
Uma das brincadeiras que eles adoraram foi o jogo de futebol em que, vendados, seguiam a bola baseando-se no som do guizo que havia dentro dela.
Outra vivência foi cada aluno, vendado, percorrer um trajeto curto conduzido por um colega. Eles puderam experimentar atitudes de união e colaboração em papéis diferentes: em um momento, precisaram “confiar” e, em outro, precisaram “cuidar”.
Recurso braille e acessibilidade
As professoras mencionaram que os lugares públicos precisam oferecer condições de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais.
Para um aprendizado na prática, elas organizaram um passeio pela escola e mostraram aos alunos a adequação do nosso espaço escolar para cadeirantes e deficientes visuais, desde a área de entrada até os ambientes internos, como salas, pátios, corredores e banheiros.
Especificamente para os deficientes visuais, os alunos conheceram os pisos táteis (de alerta e direcional) e as placas braille (com textos em alto relevo) espalhados pela escola.
Embalagens com instruções em braille
Para uma outra aula, os pais também colaboraram enviando embalagens, principalmente as de medicamento e de produtos do ramo alimentício, que contêm indicações em braille, o que facilita a autonomia e a segurança dos deficientes visuais.
Então, de olhos fechados, os alunos tatearam os sinais impressos em braille. Depois, colaram as embalagens para formar um cartaz.
E as professoras enfatizaram que todas as atitudes que possibilitam ao deficiente visual receber informações e se locomover são benéficas para a sua vida em sociedade.