No dia 26 de agosto, ocorreu o InterAgir, um evento de troca de experiências entre o Piaget (Colégio e Sistema Multimídia) e os nossos parceiros — professores, coordenadores e gestores — das diversas escolas espalhadas pelo Brasil que trabalham conosco e são integrantes COMUNIDADE PIAGET.
Esse encontro anual compõe-se de palestras, oficinas, workshops, bate-papos, reflexões, sempre visando promover novas ideias e propostas educacionais.
Neste tempo de pandemia, o InterAgir ocorre de forma on-line. Desta vez, oferecemos aos nossos parceiros a possibilidade de entrarem em 5 SALAS TEMÁTICAS, cada uma delas com várias apresentações.
As SALAS TEMÁTICAS foram: Gestão Escolar, Tecnologia, Metodologias Ativas, Inteligência Emocional e Protagonismo Discente. Assuntos variados, mas todos eles abordando CASOS DE SUCESSO, ou seja, atitudes e atividades que tornaram possível o ensino-aprendizagem nas aulas a distância, depois nas aulas híbridas (revezamento de alunos em aulas na escola e aulas em casa) e, agora, nas aulas presenciais para a maioria dos alunos .
Vamos mencionar como foi o nosso InterAgir na SALA TEMÁTICA 1, com o tema centralizador “GESTÃO ESCOLAR”.
Case 1- GESTÃO ESCOLAR E AS NOVAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
A Coordenadora da Educação Infantil, Rose Guesso Mendonça, explanou sobre a atuação da equipe do Colégio Piaget na fase de aulas a distância, quando todos tiveram de se adaptar, se reinventar, ser mais criativos, usar outras ferramentas e metodologias para ministrar aulas em uma nova realidade.
Ela enfatizou o papel primordial dos gestores e coordenadores no apoio aos professores, sendo que estes enfrentaram situações inesperadas e precisaram preparar aulas diferentes do habitual e aprender em curto espaço de tempo tecnologias digitais para a criação de vídeos e aulas on-line.
DESAFIOS E SUPERAÇÃO
A Rose contou que os desafios foram enormes para a escola e para as famílias: “A gestão e coordenação da escola tiveram de ser extremamente prestativas e seguras, mantendo sempre o equilíbrio, para cuidar de tudo e de todos. Na verdade, cada um cuidou do outro.”. E explicou que esse “cuidar” foi no sentido mais amplo do termo, pois houve a necessidade concreta de união, diálogo constante, colaboração entre os vários departamentos e os seus funcionários. Cada pessoa da equipe escolar ampliou suas competências profissionais para superar as dificuldades que se apresentavam.
“Tudo foi se ajeitando porque mais do que um trabalho integrado, cada um foi orientando o outro, dando dicas, ensinando os procedimentos digitais, acompanhando as lives do outro para dar aquela força!”, acrescentou a Rose.
Segundo ela, o sucesso das aulas a distância também se deveu ao fato de a escola já trabalhar com os professores e os alunos, há um bom tempo, com as ferramentas do “Google Education”. Mesmo assim, todos precisaram aprender mais e se esforçaram para que suas aulas ficassem até melhores do que antes, cheias de novidade e criatividade.
Ela elogiou os professores que, com capricho, fizeram de suas casas verdadeiras salas de aula nos momentos de gravação. Decoraram o espaço de acordo com o conteúdo a ser ministrado, tornando a parede de sua sala uma espécie de lousa, elaborando cartazes, montando um laboratório na varanda e até usando peruca engraçada para atrair a atenção dos alunos e fazê-los rir.
RESULTADOS POSITIVOS
A palestrante, voltando a mencionar o “cuidar”, comentou que os gestores, assim como as orientadoras educacionais, também “cuidaram” das famílias, comunicando-se com elas pelos vários contatos digitais e telefônicos que foram criados. Ofereceram aconselhamentos, orientações e atitudes de colaboração sobre as aulas, sobre a maneira de agir com o estudante em casa, sobre as dificuldades financeiras que surgiram de repente… O trabalho foi intenso, mas realizado com muito carinho e amor. A escola sempre procurou tranquilizar, acalmar as famílias.
A conclusão da Rose foi que todos cresceram: profissionais da escola, alunos e pais. Ouvindo as famílias, vários ajustes foram sendo feitos para melhorar a qualidade das propostas, metodologias e projetos. Na nova realidade, com o aprimoramento, o processo ensino-aprendizagem ocorreu com sucesso. A escola e os professores receberam inúmeros elogios das famílias, que participaram ativamente da evolução e realizações de seus filhos.
Case 2- GESTÃO DE AULAS ESPORTIVAS E CULTURAIS
Éverton Rodrigues Ribeiro, o Coordenador do DEPARTAMENTO DE ESPORTES E CULTURA do Colégio Piaget, fez uma apresentação comentando como foi o trabalho com os alunos nas aulas remotas. É evidente que os professores das diversas modalidades esportivas que a escola oferece a seus alunos precisaram fazer uma programação muito diferente, já que a quadra, naquele momento, era a casa do aluno. Se todos os professores tiveram de se reinventar, muito mais foi exigido dos professores de esportes.
Então, o Coordenador, após conversas com sua equipe, centralizou as atividades no que chamou de “ESTÍMULOS DIÁRIOS”. Os exercícios físicos precisavam ser feitos pelos alunos em pequenos espaços e eram essenciais para o movimento do corpo, principalmente pelo fato de que eles não saíam de casa, e mais ainda para a saúde mental, como forma de fazê-los extravasar a ansiedade.
Mas como motivá-los para os exercícios? A solução foi os professores entrarem nas lives por períodos curtos (de 15 a 20 minutos) porém frequentes, conversando, interagindo com a garotada e propondo atividades físicas divertidas, usando cabo de vassoura, a cadeira da cozinha, tudo misturado a histórias ou músicas. Dança e canto, com o professor de Música, nunca faltaram. Até os familiares apareciam no horário para dançar e cantar junto.
Sempre aparecia uma atividade nova e, na programação que os alunos recebiam antecipadamente, eram solicitados os materiais das aulas e indicadas as estratégias. Houve momentos de Alongamento, Meditação, Ioga e até desafios e competições com os colegas na live. O que eles adoravam e que os professores precisaram organizar várias vezes foi a brincadeira de procurar em casa determinada coisa e apresentar na live, vencendo quem conseguisse executar a tarefa primeiro.
“Queríamos que eles se mexessem e se divertissem. Além disso, fomos percebendo que os professores das várias modalidades entrando na live um pouquinho, mesmo que fosse para uma palavrinha com os alunos, já os estimulava. Esse contato carinhoso era importante para eles.”, ressaltou o Coordenador Éverton.
Agora, nas aulas presenciais, o Coordenador sente que os alunos estão muito mais integrados com a equipe de Esportes e Cultura.
Case 3- ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Cíntia Negrini, a Orientadora Educacional do Colégio Piaget, contou aos participantes de sua apresentação como foi o apoio às famílias e aos alunos durante o período das aulas a distância, revelando que seu trabalho teve um papel maior nas questões emocionais. Todos os esforços, juntamente com a gestão e coordenação, tiveram como foco acalmar, tranquilizar e, principalmente, oferecer uma palavra de incentivo e de carinho. “Era o que as famílias precisavam naquele momento”, ressaltou a Cíntia.
Em seguida, ela abordou como se caracteriza o “ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO”, que é a função do Orientador Educacional. Frisou a importância de um mapeamento individual, que se inicia com um levantamento de dados (uma ficha muito bem elaborada para os pais responderem sobre o filho). A partir das informações, é preciso solicitar os laudos e obter os diagnósticos dos especialistas.
Assim, chega-se à montagem do que ela denominou “PERFIL DO ALUNO”, o que torna muito mais fácil a comunicação com os professores e possibilita que todos tenham o conhecimento das problemáticas e necessidades de cada aluno.
A Cíntia sugere um trabalho organizado e conjunto com a formação de uma “PASTA DE DADOS” compartilhada com toda a equipe docente, e que deverá frequentemente ser ampliada, com pareceres médicos, sugestões de procedimentos, atuações pedagógicas diferenciadas dos professores e os resultados obtidos.
Segundo ela, com organização, fácil acesso aos dados e até conversas com especialistas (fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo), os professores poderão ter um olhar adequado para o aluno e ajudá-lo no desenvolvimento de suas potencialidades.
Palestrante convidada: GESTÃO ESCOLAR
Ciléa Saportini, psicóloga, pedagoga e neuropsicóloga, experiente na atuação de coordenação e direção escolar, em sua palestra salientou o desafio da liderança e gestão em “fazer acontecer de maneira harmoniosa”. E isso só pode ocorrer com a percepção do potencial dos seus colaboradores e incentivo ao desenvolvimento das habilidades de cada membro da equipe.
Para ela, um líder precisa ter competência social, empatia, otimismo e flexibilidade. Deve saber ouvir, elogiar, orientar, ser resiliente e acatar ideias novas e propostas de mudanças.
Ao gestor cabe “criar o clima” no ambiente escolar para a melhor atuação da equipe, valorizando o trabalho de todos e demonstrando gratidão.
A palestrante ressaltou, ainda, a importância da Portaria, da Secretaria e do grupo de Seguranças, que são os guardiões da escola, os “anjos invisíveis”, que lidam cotidianamente com as famílias e, portanto, são essenciais para o bom funcionamento da escola como um todo.