O SOE (Serviço de Orientação Educacional), com o objetivo de fortalecer a união “escola e pais” na reflexão e aprendizado de novas maneiras de pensar e agir para auxiliar as nossas crianças e adolescentes a evoluírem intelectual e socioemocionalmente, organiza frequentes bate-papos e palestras, sempre com profissionais gabaritados.
Desta vez, as orientadoras educacionais Cíntia Negrini, Varluce e Ana Paula, preocupadas em encontrar soluções para desafios da atualidade relacionados ao uso de celular, internet e redes sociais, convidaram a psicóloga Izabel Cristina para uma conversa.
Assim, no dia 14 de junho, no Restaurante Bem-Estar da nossa escola, a palestrante abordou o tema “A importância do tempo de qualidade offline: Estratégias para equilibrar o uso de tecnologia e atividades fora da tela”.
Nesse encontro, como orientação aos pais, ela apresentou estratégias práticas para a união familiar e construção de uma relação moderada e saudável com a tecnologia.
Determinação de limites
A psicóloga Izabel Cristina mencionou a necessidade de os pais darem liberdade aos filhos, mas com limites, determinando, inclusive, o tempo de uso dos aparelhos digitais.
Ela enfatizou que a pura proibição é um erro, já que esta geração se identifica sobremaneira com o mundo digital. Do mesmo modo, os pais devem perder o medo de dizer NÃO, pois os filhos precisam entender que nem sempre podemos ter o que queremos, que nem tudo é possível. Ou seja, lidar com a frustração também é um aprendizado importante para o desenvolvimento emocional saudável do indivíduo.
A solução, como aponta ela, é manter o diálogo constante entre os membros da família, para decisões conjuntas e garantia de que TODOS cumpram os “combinados”.
Compreensão dos porquês
A palestrante enfatizou que é fundamental os jovens se conscientizarem de que existem perigos no mundo da internet (jogos a dinheiro, estímulo a atos de violência, mensagens que intimidam e discriminam, entre muitos outros conteúdos nocivos). Explicou que cabe aos pais exercer, ao lado da escola, o papel de orientá-los para que conheçam os mecanismos existentes de “privacidade” e, assim, não fiquem à mercê de ataques cibernéticos.
Do mesmo modo, os pais precisam estimular que seus filhos sejam “usuários responsáveis”, tanto pelo conteúdo que acessam quanto pelos conteúdos que divulgam.
Observação de sinais
A psicóloga aconselhou os pais a ficarem muito atentos aos sites que os filhos acessam e aos grupos sociais da internet em que eles estão inseridos.
E alertou, também, para a observação de sinais importantes que revelam que alguma coisa não está bem com o jovem: quando fica muito tempo fechado no quarto; não conversa com a família; não recebe ou não visita amigos; fica sempre solitário, calado e com expressão triste.
Ela aconselha uma intervenção com muito carinho, diálogo e mesmo auxílio de um terapeuta. Pode ser que a criança ou adolescente esteja em situação de sofrimento (bulling, ameaça, discriminação, baixa autoestima) e não nos damos conta por acharmos que “adolescente é assim mesmo”.
“Nós, pais, devemos nos intrometer sim na vida dos filhos. Afinal, é nossa missão verificar se eles estão bem e ajudá-los se precisarem.", afirmou a psicóloga.
Exemplos e propostas de atividades em família
Na palestra, a Izabel deixou bem claro que os adultos, principalmente os pais, devem ser os primeiros a dar o exemplo, evitando usar smartphones quando estiverem reunidos com a família. É fato que o tempo se tornou bem curto para a convivência familiar, mas devemos garantir que esse pouco tempo seja de qualidade.
Ela sugere que a família proponha mais passeios e momentos de lazer (em parques, jardins botânicos ou outros ambientes de natureza) com os entes queridos e combine que irão interagir entre si e descansar um pouquinho dos aparelhos digitais.
Acreditando que o bom relacionamento familiar pode ser desenvolvido e depende mais dos pais do que dos filhos, a psicóloga deu dicas de como os pais devem proceder para manter seus filhos próximos da família: ser um bom modelo; dialogar; elogiar; compreender mais do que criticar; e saber cobrar os acordos.