Sabemos da importância da leitura para a formação global do indivíduo. Quem lê compreende melhor a realidade e desenvolve o raciocínio, a reflexão, a visão crítica e suas próprias potencialidades. Isso sem falar que a leitura promove a ampliação do vocabulário e auxilia a expressão em todos os seus aspectos, principalmente a da fala e a da escrita.
Mas como proceder para estimular no aluno o gosto pela leitura?
Sem dúvida, a escolha do livro tem enorme relevância nesse processo. O livro precisa agradar o aluno, ser significativo para ele, atender às suas necessidades de respostas para tantas dúvidas que possui e oferecer novidades, experiências inusitadas e até mesmo aventuras.
Se o livro aborda um tema interessante, que permite estabelecer uma relação com as próprias vivências; se o enredo desperta a curiosidade; e se a escrita é compatível com a faixa etária de quem lê, não há como não gostar da leitura.
E mais ainda: se o aluno percebe que o livro possibilita um conjunto de atividades interdisciplinares, ele conclui que aquela leitura tem muito valor.
A ESCOLHA ACERTADA DO LIVRO
O livro “Zélia”, de Christelle Vallat, escolhido pelas professoras Neide e Soraya, agradou em cheio aos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental.
A história, com desfecho inesperado, chamou a atenção dos alunos e permitiu um debate sobre como ações positivas, mesmo que individualizadas, exercem influência benéfica na realidade que nos rodeia.
A personagem Zélia é uma senhora que, aos domingos, escuta os problemas das pessoas que fazem fila para falar com ela. Em troca, ela recebe uma pequena semente de cada pessoa. No dia seguinte, Zélia vai lançando ao longo do caminho por que passa todas as sementinhas recebidas. Quando as sementes brotam, viram balões para as crianças, maçãs vermelhas para as macieiras e flores para a natureza.
ATIVIDADES MOTIVADORAS
RODAS DE CONVERSA
As professoras promoveram rodas de conversa para reflexão e expressão das conclusões dos alunos sobre as ricas mensagens do livro. Foram abordados temas sensíveis, como: o valor de se doar aos outros apenas ouvindo seus problemas; o poder da “escuta” para ninguém se sentir sozinho com suas aflições; a necessidade de sermos menos egoístas e nos tornarmos pessoas melhores, acolhendo a quem precise do nosso ombro amigo.
DINÂMICA DA ESCUTA
Quem não precisa desabafar? Quem não necessita contar seus medos, inseguranças ou dificuldades?
Com essas questões, as professoras iniciaram uma dinâmica em que os alunos, livremente, falaram de suas inquietações. Como combinado, os demais agiram com respeito, sem interrupção, julgamento ou qualquer crítica. Apenas ouviram.
Assim, houve treinos socioemocionais significativos: o de expressar os próprios sentimentos e o de dar acolhimento pela escuta.
MENSAGENS DE INCENTIVO
Depois da “escuta”, as professoras apresentaram mais uma questão: “Quem não precisa, imitando a personagem Zélia, aprender a transformar sentimentos ruins em coisas boas, somente por amar a vida e as pessoas?”
Então, os alunos escreveram bilhetes com mensagens otimistas para incentivar a transformação dos obstáculos em sentimentos de força e motivação.
Numa proposta de superação a todos da turma, as mensagens, sem destinatário, foram colocadas no mural.
TROCA DE SEMENTINHAS DE ESPERANÇA E PLANTIO
Por fim, os alunos trouxeram de casa um saquinho com sementes de flor e trocaram entre si. A recomendação foi que, depois, realizassem a plantação (como fazia a personagem Zélia) em um local que escolhessem.
Portanto, eles plantaram, de forma simbólica, os desabafos ouvidos para transformá-los em belas flores.