No dia 26 de agosto, ocorreu o InterAgir, um evento de troca de experiências entre o Piaget (Colégio e Sistema Multimídia) e os nossos parceiros — professores, coordenadores e gestores — das diversas escolas espalhadas pelo Brasil que trabalham conosco e são integrantes COMUNIDADE PIAGET.
Esse encontro anual compõe-se de palestras, oficinas, workshops, bate-papos, reflexões, sempre visando promover novas ideias e propostas educacionais.
Neste tempo de pandemia, o InterAgir ocorre de forma on-line. Desta vez, oferecemos aos nossos parceiros a possibilidade de entrarem em 5 SALAS TEMÁTICAS, cada uma delas com várias apresentações.
As SALAS TEMÁTICAS foram: Gestão Escolar, Tecnologia, Metodologias Ativas, Inteligência Emocional e Protagonismo Discente. Assuntos variados, mas todos eles abordando CASOS DE SUCESSO, ou seja, atitudes e atividades que tornaram possível o ensino-aprendizagem nas aulas a distância, depois nas aulas híbridas (revezamento de alunos em aulas na escola e aulas em casa) e, agora, nas aulas presenciais para a maioria dos alunos .
Vamos mencionar como foi o nosso InterAgir na SALA TEMÁTICA 3, com o tema centralizador “METODOLOGIAS ATIVAS”.
Case 1- GAMIFICAÇÃO
As professoras de Inglês, Jenifer Marais Carvalho e Mariana Romão Gramkow, do programa bilíngue do Colégio Piaget, em parceria com o Cel-lep, fizeram uma apresentação sobre a estratégia que usaram para os alunos nas aulas a distância: gamificação. Já usavam antes, mas intensificaram essa proposta para incentivar os alunos a participarem das lives.
As professoras mencionaram que a tecnologia digital, usada da forma correta e com o direcionamento adequado, é uma ferramenta positiva para o desenvolvimento intelectual, inclusive para o aprendizado de língua estrangeira.
Como elas disseram, os alunos de hoje são os “nascidos digitais” e parecem ter habilidades natas para acompanhar as diversas propostas que a tecnologia traz para o nosso dia a dia. Por isso os JOGOS DIGITAIS ou GAMIFICAÇÃO oferecem grande apoio aos professores e infinitas descobertas aos alunos.
No estudo de Inglês, com o emprego de games — que os alunos simplesmente ADORAM —, eles interagem com prazer e vão adquirindo o vocabulário sem nenhum esforço, já que tudo é em inglês: as palavras escritas, as vozes, a fala do professor na explicação das estratégias e definição das regras. E elas indicaram aos professores das escolas conveniadas vários links para eles acessarem os jogos que foram essenciais para as aulas de sucesso. Também ressaltaram que é possível, baseando-se nos games que os sites trazem, fazer adaptações e até criar os próprios jogos com recortes de papel, cartolina e demais materiais de fácil acesso. Nas aulas on-line, a professora Mariana Romão executou um memory game com o tema família, aproveitando o conteúdo programático que eles estavam estudando no momento. E foram os próprios alunos que, em casa, montaram as cartelas do jogo.
Case 2 – MAPA MENTAL
A professora Karina Martins, na sua apresentação, expôs o seu caso de sucesso nas aulas de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental, utilizando a metodologia do MAPA MENTAL, no período de aulas a distância e também nas aulas presenciais.
Explicou que essa proposta pode ser utilizada por qualquer disciplina e consiste num tipo de diagrama, um painel visual, elaborado pelos próprios alunos. Inicia-se com uma PALAVRA-CHAVE colocada no centro de uma folha de caderno ou papel sulfite. Dela saem setas, que são ramificações para indicar tipos, classificações ou exemplos, sempre com cores, desenhos, colagens de tiras de papel e poucas palavras (como num resumo).
Esse MAPA MENTAL (ou Mapa Visual) ajuda a criar ideias, a organizar o assunto, a resumir e também a relembrar e/ou memorizar.
E a Karina concluiu que criação do MAPA MENTAL é bem prazeroso para os alunos, pois eles desenham, pintam, fazem recortes, colam. Além disso, pode ser feito de forma coletiva com a orientação do professor, individualmente ou ainda em pequenos grupos, quando um ajuda o outro a fazer as ramificações e os resumos.
Case 3 – INTERDISCIPLINARIDADE: COMO TRABALHAR MÚLTIPLAS DISCIPLINAS DE FORMA INTEGRADA
A professora FERNANDA UCHOA, explanou sobre a importância de projetos com um planejamento integrado, em que as várias disciplinas participam, quer nas aulas a distância, quer nas aulas presenciais. Destacou que o Material didático do Sistema Piaget já apresenta muitas propostas com INTERDISCIPLINARIDADE, mas o professor pode fazer uso dessa interação em muitos outros assuntos, desde que haja uma combinação organizada entre os colegas.
Ela salientou que a INTERDISCIPLINARIDADE verdadeiramente ocorre quando dois ou mais componentes curriculares relacionam seus conteúdos para aprofundar um conhecimento, superando a sua visão fragmentada e estabelecendo, assim, a INTEGRAÇÃO DOS SABERES. Esse processo de ligação entre as disciplinas, desenvolve o pensamento plural, capacitando o aluno a observar os fatos da realidade de uma forma ampla e abrangente. Tal metodologia exige a pesquisa, estimula a curiosidade, a vontade de saber o porquê das coisas, e o mais relevante: a vontade de achar soluções. E as diferentes áreas do conhecimento, unidas, ajudam a buscar as respostas.
A professora Fernanda deu exemplos de como muitos temas se tornam mais compreensíveis e contextualizados para os alunos quando trabalhados por várias disciplinas. E enfatizou que duas delas sempre podem estar presentes nas atividades interdisciplinares: a Língua Portuguesa e Arte. A primeira, indispensável no momento de relatar as conclusões obtidas, e a outra é muito útil quando utiliza a “Cultura Maker” (proposta do “faça você mesmo”, utilizando materiais recicláveis”) e proporciona que os alunos criem algum elemento significativo ao tema trabalhado.
Case 4 – A METAMORFOSE DAS BORBOLETAS
A professora da Educação Infantil, Daniela Augustini, explanou sobre as experiências da METAMORFOSE DAS BORBOLETAS vividas pelos alunos do Nível II, em casa, na época das aulas a distância, e na escola, depois, nas aulas presenciais.
As crianças aprenderam, assistindo a um vídeo, que a borboleta deposita ovinhos em folhas de plantas. Desses ovos, surgem larvas ou lagartas, que depois viram pupas e ficam imóveis dentro de uma espécie de proteção, os casulos. Quando uma pupa amadurece, ela vai quebrando o casulo e de dentro sai, aos pouquinhos, uma linda borboleta.
Ela contou sobre o entusiasmo das crianças observando periodicamente o borboletário, que era um recipiente de vidro (onde já constavam lagartas, algumas folhas e gravetos para servirem de alimento) coberto com um tule que ficava preso por um elástico.
Assim, em alguns dias, havia chegado o momento que os alunos mais aguardavam: a soltura das borboletas.
Desta vez, na escola, a libertação das borboletas já nascidas se deu no gramado. “Foi uma verdadeira festa da Natureza!”, disse a Daniela, emocionada e feliz com esse “Caso de Sucesso”.
Case 5 – O CONTINENTE AFRICANO
A professora Juliana Cavalheiro, da Educação Infantil, apresentou o seu projeto “O CONTINENTE AFRICANO”, que teve muito sucesso porque motivou as turminhas do Nível II a realizarem atividades especiais.
Os trabalhos se iniciaram com a montagem do mapa-múndi, por meio da Plataforma Octus da escola, para os alunos localizarem a África. Depois, as professoras falaram de várias características da cultura africana e afro-descendente, como as músicas, a culinária, o artesanato, as vestimentas, as brincadeiras… Também contaram algumas histórias de origem africana como o conto da “Galinha d’Angola”, sobre o qual fizeram registros com desenho e pintura.
Utilizando a “Cultura Maker” (proposta do “faça você mesmo”, utilizando materiais recicláveis”), as crianças fizeram um globo terrestre destacando nele a África. Também criaram máscaras africanas em pratinhos de papelão.
E a professora Juliana contou que as crianças ficaram emocionadas com a história da boneca “aboyomi”, feita pela mães africanas com panos de suas próprias vestes para distrair as crianças durante a viagem da África ao Brasil. Hoje, a boneca, que não recebe costura ou cola, apenas nós, faz parte do nosso folclore e é feita pelos afro-descendentes com tecido preto e chita.
Então, os nossos alunos gostaram muito de participar de uma oficina de criação da boneca “aboyomi”.
Palestrante convidada: METODOLOGIAS ATIVAS
Valéria Macedo, pedagoga e especialista em Neurociência aplicada à Educação, atua na formação de professores com foco em inovações educacionais. Ela explanou sobre a mudança na Educação nos novos tempos de tecnologia digital. Mencionou que o mundo mudou, o aluno é outro, e as aulas nunca mais poderão ser padronizadas e estáticas como antes, pois precisam ser dinâmicas, contextualizadas, com o aluno interagindo.
Enfatizou que os recursos tecnológicos são nossos aliados e auxiliares nesse novo processo ensino-aprendizagem, e as disciplinas não são mais vistas como “gavetas de conhecimentos separados”. Para haver comunicação com os alunos, as escolas devem apresentar uma metodologia que traz sentido e motivação aos estudantes. As disciplinas devem se unir em planejamentos participativos, predominando projetos interdisciplinares.
As novas propostas precisam ser ATIVAS, ou seja, os alunos desenvolvem suas múltiplas habilidades em realizações, em pesquisas de temas do seu interesse ou escolhidos por eles mesmos.
Segundo a palestrante, na METODOLOGIA ATIVA, o aluno trabalha em equipe, busca a solução dos problemas, é agente de seu aprendizado; já o professor tem o papel fundamental de ser o orientador.
A Valéria elogiou muito o Colégio Piaget por já trabalhar com essa metodologia há vários anos.